Conhecendo frei Mário Aparecido

O mês de fevereiro começou com novidades em nossa paróquia: a chegada de frei Mário Aparecido, que inicialmente, estará à frente de nossa paróquia como administrador paroquial enquanto não acontece o novo Capítulo da Província de Santo Tomás de Vilanova (da qual os frades de nossa paróquia fazem parte), agendado para 11 de julho de 2022, quando o novo pároco será designado.

 

Para ajudar os paroquianos a conhecerem melhor o novo frei, o convidamos para um bate-papo, no qual nos falou sobre sua vida até sua chegada à nossa paróquia.

 

Acompanhe nossa conversa:

 

-Seja bem-vindo, frei! Apresente-se para nós.

Olá! Eu me chamo Mário Aparecido. Por um erro do cartório, o meu sobrenome não foi colocado na minha certidão e fiquei assim (risos). Sou mineiro, da cidade de Oliveira, e tenho 58 anos, completos no último dia 30 de janeiro.

 

- Como descobriu sua vocação?

Desde criança, sentia a vocação sacerdotal. Quando bem pequeno, morava na roça e meu pai era agricultor e minha mãe professora. Tenho até hoje nítida em mim a imagem de meu pai chegando do trabalho, me colocando em seu colo e dizendo que eu ia ser padre. E com meus colegas eu brincava de celebrar missa. Era algo que sempre me acompanhou e minha família me apoiava.

 

- Fale um pouco sobre o início de sua vida até chegar a ser ordenado padre.

Embora tivesse a vocação desde criança, por questões familiares, só mais jovem consegui pôr em prática o meu desejo. Eu tinha 18 anos quando conheci a Ordem dos Agostinianos Recoletos (OAR). Foi através de uma propaganda na revista católica Ave Maria, com o endereço da Ordem em Ribeirão Preto (SP). Eu ainda estava em Minas Gerais e escrevi uma carta para eles. Logo me chamaram para fazer um encontro vocacional em São Paulo.

 

Era 1985, eu entrei no Seminário Santa Mônica, da antiga Província Santa Rita de Cássia, para fazer o Magistério, que antes era obrigatório no currículo de padre. A partir daí, fiz Filosofia em Franca (SP), noviciado em Burgos, norte da Espanha, em 1991, e Teologia em São Paulo, no Instituto Pio XI (Universidade Salesiana). No dia 21 de dezembro de 1996, em minha cidade natal, fui ordenado sacerdote.

 

- E como foi após sua ordenação presbiteral?

Logo após minha ordenação, fui trabalhar no Seminário Menor Santo Agostinho, em Castelo (ES). O prédio ainda está lá, mas o seminário não existe mais. Fiquei por 10 anos servindo na formação dos seminaristas. Tive um intervalo de dois anos, quando fui pra Roma fazer especialização em Espiritualidade. Voltei em 2006 e fui trabalhar no Seminário de Teologia da Província, em São Paulo.

 

Em 2009, recebi minha primeira experiência de paróquia, como vigário na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Igarapava, Franca (SP). No ano de 2012, fui designado a pároco na Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Castelo. Lá fiquei por seis anos.

 

Em janeiro de 2019, deixei Castelo e fui ser vigário em Madri, a Paróquia Nossa Senhora de Loretto. Lá passei dois anos, até que veio a pandemia. E este foi um momento muito difícil, quando chegamos a ficar dois meses sem sair de casa.

 

Voltei de Madri em dezembro de 2020. Foi quando tirei meu ano sabático para ficar com minha mãe, que está com 85 anos, e também para celebrar o meu jubileu de 25 anos de ordenação presbiteral em minha cidade natal. Foi um momento muito especial, no qual tive a honra de ter o mesmo bispo que me ordenou padre, Dom Francisco Barroso, de Ouro Preto, hoje com 93 anos, presidindo a missa do meu jubileu.

 

Eu ainda estava em Oliveira, quando recebi o chamado do nosso prior frei Miguel para vir servir a frente desta Paróquia Santa Rita de Cássia. E como sempre faço, aceitei na hora a missão de vir pra cá, confiando na graça de Deus, que nos capacita, e seguindo o meu voto de obediência.


- E nas horas vagas, o que gosta de fazer?

Eu gosto muito da natureza! Passear nas montanhas, ao ar livre, estar com plantas, caminhar. Gosto também de ler e escrever. A temática teológica e a espiritual são minhas preferidas. Como um bom mineiro, não resisto a uma carne de porco. E os anos na Europa me fizeram ser um grande apreciador de vinhos, e lá pude estudar um pouco sobre a bebida.

 

- Como espera que seja seu serviço a frente de nossa paróquia?

Aqui é uma paróquia que tem uma caminhada, está bem organizada pastoralmente e estruturalmente. Os movimentos e grupos são fortes e atuantes. É diferente de uma paróquia que precisa ser colocada em ordem.

 

Para mim, uma comunidade paroquial, que é o povo de Deus, caminha junto. Padres e leigos sempre juntos seguindo Jesus, que é o caminho. Não gosto muito dessa ideia de pároco que manda. É como São Paulo nos ensina: a Igreja é um corpo. Somos membros do corpo e Cristo é a cabeça. A Igreja é de Jesus Cristo, nós passamos, e a igreja permanece.


Nesses seis meses que estarei aqui, espero que possamos caminhar todos juntos, nem à frente, nem atrás.