PÁSCOA, PASSAGEM PARA A VIDA

A história da Salvação é comparada a uma espiral que aponta para o infinito. A cada ano iniciamos o ano litúrgico no final de novembro e, a partir daí, celebramos o nascimento de Jesus no ciclo do Natal, e no mês de abril, a morte e ressurreição do Senhor com o ciclo da Páscoa.

Não é uma repetição da lembrança de fatos acontecidos, mas um reviver, celebrar e atualizar o maior acontecimento da nossa fé. Fazemos memória da vida de Cristo unida aos acontecimentos dos membros de Cristo, que é a Igreja. Celebramos a Páscoa da Ceia de Jesus em união com tantas pessoas que vivem na miséria e não têm o que comer. Mas unidos também a tantas pessoas que, como Jesus, lavam os pés dos outros com as obras de caridade.

Celebramos a Páscoa da Cruz colocando aos pés do Crucificado tantas vidas que, como Jesus, são vítimas da violência, da guerra e do ódio. Celebramos a Páscoa da Ressurreição com a certeza de que a morte não é o fim de tudo, mas a passagem para a vida plena conquistada para nós com o dom da vida do Filho de Deus. 

Quando estava entre seus discípulos, Jesus havia falado que “se o grão de trigo não morre, ele permanece só um grão de trigo. Mas, se ele morre, se transformará numa nova vida” (Jo 12,24). Esse é o mistério pascal de Cristo que transforma o mal em bem; a morte em vida; o sofrimento em graça. Só Deus, que dá vida a todas as coisas, tem o poder de fazer isso. Por isso Ele é o Deus da vida e deseja que todos nós tenhamos vida e vida em plenitude.

Feliz Páscoa a todos!

Frei Mário Aparecido, OAR